domingo, 30 de março de 2008

Rainha

Rainha
Cris Sousil 13/09/99

Quisera estalar os olhos
E viajar...

Arco-íris de flores
Jardim de louvores
Duelo com o bem-te-vi
Fofoca com o querubim
Abrir asas
Nessa casa
Ser merenda, ser mendiga
Ser menina, ser Melissa
Ser poeta, ser promessa
Pena e plena
Ser poente
Pôr do sol
Ser poeira, ser sereia
Ser lareira, ser areia
A ponta do anzol
Puta nua
Tua rua
Pura lua
Pluma
Ou espuma do mar
Simplesmente voar
Outro lugar...
Feito Luana com sua luneta
Longe, ela não lamenta
Nem lágrimas, nem tormentas
Só luar
Quisera estacionar
Novo porto
Nosso louco jogo
Todo o fogo
Todos os lobos
São um ponto
Solto no ar
Eu vou desenhar
Moldar as nuvens celestes
Pintar o vento campestre
Ser mestre e célebre
Reger uma orquestra de anjos
Onde os arcanjos tocam piano
Anjos violetas fazem o coro
Os serafins dançam um mambo
E o querubim soluça um tango
Tudo é festa
Na floresta
Flores e cores
Enfeitam o altar
Onde eu passo
Nem disfarço
Não preciso atuar
Tudo azul, tudo blue
No teu olhar solar
Sou princesa em Florença
Ou mendiga na Argentina
Só sou refém do além
Digo amém
Quando desejar
Sou completa
Sou poeta
Posso voar
Arrumo meu véu de céu
Sorrio o paraíso
Vento um beijo para Deus
Pisco meu adeus
Volto ao escritório
Calor em São Paulo
Buzinas de carro
Baixo salário
Minha alma vai além
Dos reféns
Diários
Eu pisco brinco pingo brilho
No meu castelo interno
Na floresta de mistérios
Sou rainha, eu impero
Pisco brinco pingo brilho
Brilho pingo brinco pisco
Pinto o brilho
O brilho, eu finco
Sou rainha, eu impero.

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