domingo, 30 de março de 2008

Resgate

Resgate
Cris Sousil 06.09.96

Maré alta,
na boca que cala,
na alma que fala,
no olhar que pára,
na prisão da sala.

E sou palhaça
sem graça
sem cor.

Murcha flor,
de corpo molhado,
nu e gelado.
Eterna noite
sem ponte para o sol.

Oculta em lençol
de seda
negra

Estendo os braços,
busco algo,
busco o mago
que me enfeitiçou

Ele voou,
neguei o convite
meio ao brinde.
Salto ao chão,
visto o roupão,
quase nua,
cansada de luas
grito seu perdão.

Largo tudo,
ganho o mundo
sem bagagem
nem carruagem,
beijo o vento,
vou sem medo,
era faminta,
rica mendiga,
agora grão de areia,
arrastando poeira,
sorrindo com calma,
livre de armas
SALVA
vôo de alma
corpo
e coração.

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