domingo, 30 de março de 2008

Camaleão

Camaleão
Cris Sousil 26/04/99 - revisão 27/05/99

Uma piscada
você é o ar que me alimenta
a terra que me sustenta
Outra piscada
você é minhas asas encolhidas
e o grito reprimido
Nova piscada
você me tem e me perde
você é o anjo e a peste
Pisco, teus olhos me despem
Pisco e eles me vestem
Pisco, você me desmascara
Pisco, me tranca na máscara
Numa piscada, entende meu vôo
noutra, força o meu pouso
As vezes voa comigo
ás vezes é meu abrigo
ás vezes me embrulha o teu brilho
ás vezes me lança em um mar de espinhos
Pisco, estamos em meu jardim
Pisco, você está em Paris
As vezes diz que me ama
mas as vezes só me engana
Diz saber quem eu sou
mas pouco se importou.
Numa piscada
o seu sorriso é o próprio paraíso
se pisco de novo ele é um tiro
As vezes teu olhar é abrigo
ás vezes é bandido
ás vezes você fica comigo
de corpo e de espírito
não importa seu eu pisco
e na beira de teu pico
eu brinco eu brindo eu brilho eu pingo eu grito eu pisco,
eu te pisco
... e sacio.

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