domingo, 30 de março de 2008

Espíritos perdidos

Espíritos perdidos
Cris Sousil 03/09/97

Na avenida, um grito.
Ventania que assobia.

Ela ajoelha e semeia a sentença
Ela anda sem rumo e sem mundo

Onde estão os braços
que em invernos aqueciam-na em abraços?

E os lábios que umedeciam os seus lábios?
E aquela fome quase sem controle?

Braços estendidos e um suspiro
Pensava céu, mas só alcançava sombras.

Correr para despistá-la?
Correr para alcançá-las?

E por trás das sombras enxergou o sorriso
que só ele tinha para lhe dar
E por trás das sombras o viu chamando
buscando quem não deixou de amar
E por trás das sombras viu braços abertos
desejosos por lhe abrigar

Ela caminha
sonâmbula e hipnotizada.

Onde estão os braços
que em invernos aqueciam-na em abraços?

E os lábios que umedeciam os seus lábios?
E aquela fome quase sem controle?

Aqui estão...

Último suspiro,
espíritos perdidos
e
uma ventania infinita assobia
talvez
uma re - união.

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