domingo, 30 de março de 2008

Nana

Nana
(estradas e paixões naufragadas)
Cris Sousil 27/09/99

Nas mãos, as malas
Na alma, as marcas
Nos olhos do tempo...
Maresia momentânea
Nostalgia oceânica
Caminhos negros
Navios de medos
Namoros náufragos
Noites navegadas
Mapas afogados
Em seu mar de pecados
Mulher de homens mascarados
Quem tem notícia de Nana?
Quem tem Nana na memória?
Nana sempre mandava
Dinheiro para sua senhora.
Nana saiu do morros
Com um barril de sonhos
Nana marcou seu marco
No corpo, naquele barco
Nana se apaixonava
Nove vezes na semana
Nana se embriagava
Numa e noutra cabana
Nana matou sua alma
Nua, amou sem calma
Nana deixou pegadas
Em todas as estradas
Nana anoiteceu-se
Nana nada em náuseas
Nana contaminou-se
Em paixões naufragadas
Noite, nordeste, Nana
Seu nome ainda nana
Nas noites enluaradas
Nana, nana, Nana
Quem tem notícias de Nana?
Quem tem Nana na memória?
Nana sempre mandava
Dinheiro para sua senhora
Nana, neném, nana.

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