Esse poema
Cris Sousil 21/07/99
Sem reflexo no espelho
Sem sangue nas veias
O coração não bate, nem late
O corpo não responde, nem incendeia
Sem lágrimas nos olhos
Sem suor lavando os poros
A sina não vacila
A alma não respira
Sem espinhos para cortar
Sem flores para regar
Pequeno diante do mundo
Cego, surdo e mudo
Sem malas, roupas, sapatos
Sem fotos, filmes, recados
Sem telefone, sem endereço, sem teto
Sem crucifixo, sem crença, sem credo
Sem documento, sem indicio
Sem família, sem amigos, sem inimigos
Sem células, sem veias, sem corpo
Monte de tijolos
Modelando uma forma
Sem norma, sem porta
Nem o vento não tem tempo
De ter e de ser
Sem nenhuma trilha
Sem nenhuma pista
Sem nenhuma vida
Sem tradução, sem contexto
Sem reflexo no espelho.
domingo, 30 de março de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário