Outono
Cris Sousil 27/03/00
Amanheço em ventos frios
Soprando a umidade dos rios
Cubro-te em tecidos grossos
Mas logo desnudo teus ossos
Quando cuspo fogo do céu
Eu dobro tuas mangas
Enquanto você se amansa
E desabrocha nos meus raios
Solares
Nas tardes eu te molho
Com meus pingos finos
Roubo o teu brilho
Eu engrosso e te ensopo
Eu te embalço e te abraço
E anoiteço tranqüilo...
Num vento mais cínico
Te escondo nos tecidos
Mais grossos do casaco de lã
E você se confunde
Se debate e se ilude
Ora me chama de inverno
Ora me chama verão
Nesse amor fundo e morno
De longe ou de perto
Eu sopro em tuas veias
Sou apenas a incerteza
De um profundo outono.
sábado, 29 de março de 2008
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